"Diamante
Bruto" – Jads & Jadson
Por
Victor e Leo
Feito
eles, Jads & Jadson, que disseram "Toca um João Mineiro e
Marciano" no álbum anterior, "É divino", temos dito:
Toca um Jads & Jadson.
Ao
ouvir este "Diamante Bruto", ficamos orgulhosos de poder
falar do oitavo álbum de uma dupla que se ocupa em crescer a cada
momento da carreira e o faz, mantendo diante do sucesso, a conduta
que os levou à vitória, e agora nos brinda os ouvidos como nunca.
Muito
bem mixado e arranjado, "Diamante Bruto" é um álbum para
se ouvir e dançar mantendo os ares da apreciação, nos levando a
viagens internas banhadas de emoção.
A
voz de Jadson tem o crédito de Tião Carreiro, por onde o conteúdo,
seja qual for, toma forma própria. Então, Jads identifica a
sonoridade da dupla com cores próprias de uma segunda voz presente e
sutil, alternando terças de aveludada harmonia , além de
interessantes intervenções em primeira.
Estamos
na 1ª faixa, "Diamante Bruto", que, romântica e
"vaneramente" dançante, possui o refinamento de gema
lapidada mesmo.
Na
faixa seguinte, "Explícita", fica explícito que a
rusticidade da dupla passeia tranquila em ritmo pop, num tema de quem
sofre, mas mantém a cabeça erguida.
Então,
aquele ar de Tião Carreiro pinta com força na belíssima "Mel
e limão", dentro da ironia de quem bebe pra esquecer e acaba
reforçando a lembrança.
Uma
ótima surpresa surge na romântica "No seu mundo", com a
bem casada participação de Jorge & Mateus, simples e precisa,
como só poderia ser.
Agora,
sejamos sinceros, todo mundo passa por aquele momento difícil,
traduzido por uma música que arde no peito. A ótima "Se toca
essa moda" resume tudo.
No
pop romântico "Calma pra que", Jads intervém com uma
frase: O que mudou em você? E nós dizemos: Se algo mudou em Jads e
Jadson, mudou para melhor. E cabe frisar que, diante de sua
discografia, reinventaram-se a cada passo, mantendo transparente a
água de que beberam para formar sua identidade.
Não
podemos ficar parados na próxima e 7ª faixa, "Tô com pressa
de amar". Mas, sem pressa, vamos para o country, a la Jads &
Jadson, de essência preservada na medida, ouvindo "Caminhos
opostos".
Quem
conheceu ou não a saga de Ana Raio e Zé trovão, em 8 segundos, vai
adorar ouvir "Zé trovão", temperada com sanfona e viola.
Belíssimo
arranjo de cordas permeia uma releitura surpreendente da lendária
banda Kid Abelha, "Lágrimas e chuva", onde só uma dupla
versátil consegue manter identidade e bom gosto.
Tem
bolero? Espere até ouvir a 12ª faixa, "Inevitavelmente",
trazendo influências tradicionais e regionais, com Jads dividindo
primeira voz com o irmão, primorosamente.
Para
os corações endurecidos, "Bruto e Capiau" é a balada
certa.
E
não poderia faltar uma guarânia num álbum que, tão bem cuidado,
se propõe a mostrar as diversas vertentes do universo sertanejo,
desde a sua mais enraizada vertente às suas menções
contemporâneas. Para isso, temos "Olhos rasos d'água".
E
por falar em vertente, uma pegada de rock fará o coração bater
mais forte na última e 15ª faixa, "Batimentos".
Em
suma, entre os raros trabalhos musicais onde não se pulam faixas,
ouvimos por inteiro e de novo, "Diamante Bruto", precioso e
lapidado para marcar um tempo, para marcar nossas vidas. Jads &
Jadson, a arte, gritando alto em busca de personalidade,
criatividade, ousadia e conteúdo, os agradece. E nós também!
Site:
Assessoria
de Imprensa | Jads & Jadson